Tens de inventar novas técnicas
que sejam irreconhecíveis,
que não se assemelhem a nenhum estilo precedente
para evitar a puerilidade e o ridículo.
que sejam irreconhecíveis,
que não se assemelhem a nenhum estilo precedente
para evitar a puerilidade e o ridículo.
Construíres o teu próprio mundo
com o qual não podem existir confrontações,
nem regras ou juízos de valor
que devem ser novos como a técnica
com o qual não podem existir confrontações,
nem regras ou juízos de valor
que devem ser novos como a técnica
Ninguém deve notar que o autor não vale nada,
que é um ser anormal… inferior
e como um bicho se contorce
para sobreviver.
que é um ser anormal… inferior
e como um bicho se contorce
para sobreviver.
Ninguém deve tomar a obra
como um acto de ingenuidade
como um acto de ingenuidade
Tudo se deve apresentar como perfeito,
baseado nas regras desconhecidas
e portanto
incriticável
baseado nas regras desconhecidas
e portanto
incriticável
Como um louco!.. Sim…
Como um louco!
Como um louco!
Uma camada sobre outra camada
porque não se deve corrigir nada
e ninguém deve notar isto:
uma intenção encarnada
corrige, sem sujar,
a outra intenção prévia
porque não se deve corrigir nada
e ninguém deve notar isto:
uma intenção encarnada
corrige, sem sujar,
a outra intenção prévia
Porém todos deverão crer
que não se trata do capricho de um medíocre
de um incapaz ou um inútil
mas sim que se trata de uma decisão segura,
inalterável, magnífica e quase prepotente.
que não se trata do capricho de um medíocre
de um incapaz ou um inútil
mas sim que se trata de uma decisão segura,
inalterável, magnífica e quase prepotente.
Ninguém deve saber que age
Por casualidade e azar
Por casualidade e azar
E que quando uma obra
é bem recebida, quase por milagre,
tens de protegê-la de imediato,
mantê-la
como uma relíquia.
é bem recebida, quase por milagre,
tens de protegê-la de imediato,
mantê-la
como uma relíquia.
Porém, ninguém
deve dar-se conta
que o autor é um pobre idiota,
um “zé ninguém”,
que vive do risco e do azar
agindo como um menino;
reduziu a sua vida
à ridícula melancolia
de quem vive angustiado com a ideia
de ter perdido algo
para sempre…
deve dar-se conta
que o autor é um pobre idiota,
um “zé ninguém”,
que vive do risco e do azar
agindo como um menino;
reduziu a sua vida
à ridícula melancolia
de quem vive angustiado com a ideia
de ter perdido algo
para sempre…
Pier Paolo Pasoli (este poema aparece no filme "Teorema")
Tradução: Cristiano Jesus
Tradução: Cristiano Jesus
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